成人快手

N茫o 茅 raro que crises levem a manifesta莽玫es violentas de frustra莽茫o coletiva. Algumas levam at茅 mesmo a guerras, civis ou entre pa铆ses. Mas na maioria dos casos a insatisfa莽茫o ganha corpo nas ruas, de forma precariamente organizada, mostrando aos l铆deres pol铆ticos que algo n茫o anda bem no estado da na莽茫o. Depois de meses de an煤ncios de cortes de gastos p煤blicos e benef铆cios, aumento de impostos e alertas de que a vida na Gr茫-Bretanha ainda ficar谩 pior antes de melhorar, as ruas de Londres viram sua primeira grande demonstra莽茫o de ira. Dezenas de milhares de estudantes marcharam nesta quarta-feira pelo centro da capital brit芒nica e, diante da sede do Partido Conservador, o maior da coaliz茫o governista, muitos enfrentaram a pol铆cia, lan莽aram objetos, quebraram janelas, invadiram o pr茅dio. "It turned nasty", como dizem os ingleses.

Os estudantes protestavam contra o aumento de at茅 200% nas taxas cobradas de universit谩rios para financiar seus pr贸prios estudos, pagas depois que eles se formarem e conseguirem um emprego de remunera莽茫o razo谩vel. Um dos partidos que comp玫em o governo, o Liberal-Democrata, havia se comprometido durante a campanha eleitoral a n茫o mexer nessas taxas, o que s贸 fez aumentar a revolta estudantil. A economia brit芒nica j谩 vinha sendo marcada por greves espor谩dicas, de refinarias ao metr么 londrino, passando at茅 pela 成人快手. Mas foi a primeira vez que a raiva acumulada diante das dif铆ceis perspectivas para o cidad茫o transformou-se em um grande protesto violento.

Parece uma tend锚ncia dif铆cil de combater e sobre a qual eu j谩 falava neste blog no come莽o do ano passado. No 煤ltimo ano, a Fran莽a foi palco de greves gerais e in煤meras manifesta莽玫es que, apesar de impressionantes, n茫o conseguiram evitar a aprova莽茫o do aumento da idade m铆nima para aposentadoria. Na Gr茅cia, paralisa莽玫es em protesto contra dr谩sticos cortes nos gastos p煤blicos tamb茅m opuseram cidad茫os e policiais de forma violenta. Um pacote de reformas trabalhistas fez a Espanha parar recentemente, enquanto milhares de manifestantes j谩 tomaram as ruas na B茅lgica, It谩lia e Irlanda.

O clima no chamado Primeiro Mundo 茅 bem diferente do encontrado no Brasil, onde, apesar dos desafios 脿 frente, a economia segue crescendo, e a popula莽茫o parece satisfeita com o estado geral das coisas. Passados mais de dois anos do estouro da maior crise econ么mica desde a Segunda Guerra, o clima nos pa铆ses desenvolvidos 茅 de preocupa莽茫o, com Estados cortando investimentos e benef铆cios e/ou aumentando impostos. O protesto dos estudantes brit芒nicos aconteceu no mesmo dia em que o presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, disse que as perspectivas para a economia continuam incertas, com o retorno do crescimento ainda vulner谩vel ao cen谩rio externo e taxas de infla莽茫o acima das metas, como tem sido h谩 dois anos. Os sal谩rios, para quem tem emprego, em geral mant锚m-se congelados ou reajustados abaixo da infla莽茫o. Basicamente, a vida do cidad茫o segue dif铆cil, com poucas perspectivas de melhoras. Antes, era preciso observar dados de tabelas e gr谩ficos para perceber o tamanho do problema. Agora 茅 s贸 olhar para as ruas.

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