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2011, um ano dif铆cil

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Rog茅rio Sim玫es | 2010-11-23, 18:41

portugalblog.jpgTudo indica que ser谩 um ano dif铆cil. Na Europa, pol铆ticos tentam salvar a Uni茫o Europeia por meio de pacotes de ajuda financeira a pa铆ses j谩 endividados que lutam para retomar um bom n铆vel de crescimento. Greves gerais e protestos de rua, cenas j谩 vistas desde 2008, devem se tornar mais frequentes. Governos, como o da Irlanda, podem n茫o resistir 脿 press茫o e se render ao apelo por novas elei莽玫es. Nos Estados Unidos, um presidente enfraquecido tentar谩 governar sem o apoio da C芒mara dos Representantes. No seu caminho, estar谩 uma economia em lenta recupera莽茫o, at茅 agora insuficiente para reduzir a alta taxa de desemprego. O mundo seguir谩 dividido em dois, com a parte desenvolvida empacada e endividada e o lado emergente crescendo em poder econ么mico e confian莽a pol铆tica. A China tentar谩 equilibrar a delicada equa莽茫o envolvendo crescimento/moeda/com茅rcio internacional, e a 脥ndia continuar谩 correndo para reduzir o n铆vel de pobreza, condi莽茫o em que vive 70% da sua popula莽茫o. Somados a isso tudo, a recente preocupa莽茫o com ataques terroristas, a crescente tens茫o na Pen铆nsula Coreana e a possibilidade de que a Quest茫o Palestina chegue a um momento de tudo ou nada deixam claro que 2011 promete.

脡 neste mundo que come莽ar谩 o governo de Dilma Rousseff, em 1潞 de janeiro. A vit贸ria da ex-ministra, uma figura p煤blica pouco conhecida no in铆cio da campanha eleitoral, mostra como os brasileiros est茫o satisfeitos com o governo que a apoiou, ap贸s oito anos de Luiz In谩cio Lula da Silva no poder. Mas os desafios de 2011, alguns deles descritos acima, que nem incluem a luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro, podem fazer do primeiro ano um dos mais dif铆ceis para a primeira mulher presidente do Brasil. Economistas e pol铆ticos n茫o descartam uma nova crise financeira semelhante 脿 ocorrida em 2007/2008. O sistema como um todo ainda n茫o se recuperou, com os bancos irlandeses, por exemplo, ainda incapazes de operar normalmente. Sua fragilidade amea莽a os bancos brit芒nicos, su铆莽os, franceses, americanos etc, etc. O euro, a segunda maior refer锚ncia monet谩ria no globo, pode perder ainda mais f么lego e at茅 mesmo desaparecer. A instabilidade no Primeiro Mundo pressiona o mundo emergente, com suas altas taxas de juros e entrada indiscriminada de capital, o que amea莽a o equil铆brio da sua economia e sua capacidade produtiva. O mundo seguir谩 perigoso, inclusive para o Brasil.

Dilma Rousseff anunciou pequenas mudan莽as na equipe econ么mica que ganhou do presidente Lula. Aceitou manter Guido Mantega na Fazenda, mas mudou o comando do Banco Central, tirando o banqueiro/pol铆tico Henrique Meirelles e optando pelo t茅cnico Alexandre Tombini. Ainda 茅 cedo para avaliar o impacto da nova forma莽茫o, mas os poucos dias de especula莽茫o sobre a equipe de Dilma foram suficientes para mostrar qu茫o delicado 茅 o momento econ么mico em qualquer parte do mundo. O mercado acompanhou de perto os rumores e chegou a apostar, a favor ou contra, no resultado que ainda viria. O mundo est谩 vol谩til, sens铆vel e precisa de um Brasil que cres莽a, compre, venda e tome as decis玫es corretas. Mundo afora, qualquer marola, mesmo uma marolinha, pode complicar at茅 mesmo a vida de um pa铆s de robusto e constante crescimento. A diferen莽a de outros momentos da hist贸ria 茅 que hoje o Brasil est谩 no centro das decis玫es, ou pelo menos bem mais pr贸ximo dele. N茫o 茅 simples alvo de rem茅dios amargos ditados pelo Fundo Monet谩rio Internacional para partes do mundo com a sa煤de debilitada. O Brasil hoje faz parte da receita e do tratamento, apesar de tamb茅m poder ser contaminado e vir a adoecer. Em seu primeiro ano, Dilma governar谩 em um mundo em situa莽茫o delicada e repleto de riscos. Suas decis玫es podem ajudar a conter ou agravar um cen谩rio de chuvas e trovoadas no horizonte.

颁辞尘别苍迟谩谤颈辞蝉Deixe seu coment谩rio

  • 1. 脿蝉 03:01 PM em 29 nov 2010, Tiago escreveu:

    Apesar de tudo acredito que o cenario para o Brasil sera bastante positivo se a nova equipe de ministros exergar o mercado interno como propulsor da economia nacional, se n茫o 茅 esperar para a melhoria nas econmias internacionais...

  • 2. 脿蝉 06:35 PM em 12 jan 2011, Eduardo escreveu:

    Concordo com o coment谩rio acima. O Brasil veio se consolidando nos 煤ltimos anos, diferentemente do pseudo-crescimento de outras na莽玫es, que muito se basearam em aspectos puramente especulativos. As pol铆ticas at茅 certo modo anti-c铆clica e n茫o ortodoxas para uma 茅poca de crise mundial, tais como n茫o reduzir investimentos p煤blicos, apostar em programas de transfer锚ncia de renda, apoiar o setor de constru莽茫o (ideia que o pr贸prio finado Sen. Jefferson P茅res me exp么s) etc., mostraram 脿 sociedade que o caminho do trabalho e produ莽茫o 茅 mais concreto e s贸lido. A teoria da depend锚ncia parece que, felizmente, perdeu espa莽o no Brasil e embora seguramente teremos dificuldades das dimens玫es continentais de nosso pa铆s, as bases s茫o mais s贸lidas.
    Um abra莽o!
    Eduardo

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