China, na莽茫o vencedora
A Guerra Fria acabou h谩 20 anos. Em 1991, a linha-dura sovi茅tica, ciente de comandar um imp茅rio moribundo, tentou impedir o inevit谩vel. Primeiro, com uma 煤ltima invas茫o dos pa铆ses b谩lticos e meses depois, em agosto do mesmo ano, com o fracassado golpe contra Mikhail Gorbachev. Em poucos meses, entretanto, ficou claro que o conflito entre Ocidente e Oriente chegara ao fim. A R煤ssia n茫o apenas via seu imp茅rio ruir, mas experimentaria anos depois um colapso econ么mico e a prolifera莽茫o de movimentos separatistas no C谩ucaso, acompanhados de guerras e a莽玫es terroristas. A entrada em cena do quase czar Vladimir Putin, na virada do mil锚nio, recuperou parte do orgulho nacional. Mas, quando o assunto 茅 Guerra Fria, n茫o h谩 d煤vidas: os russos perderam.
Mas quem realmente venceu? Os registros hist贸ricos dos 煤ltimos 20 anos d茫o a vit贸ria aos Estados Unidos, ou ao chamado Ocidente. L铆deres como Ronald Reagan, Margaret Thatcher e Helmut Kohl sa铆ram do conflito com medalhas de ouro no peito. Duas d茅cadas depois, entretanto, tal vit贸ria parece mais discut铆vel, e um nome alternativo come莽a a colher dividendos mais permanentes do fim da Guerra Fria. Nos anos 80, enquanto americanos e russos ainda se degladiavam, os chineses absorviam o capitalismo na sua economia, mantendo a pol铆tica centralizada, sob controle comunista. O que aconteceu todos sabemos: a Rep煤blica Popular da China correu por fora, dominando o com茅rcio mundial e aumentando ano a ano sua influ锚ncia internacional. Os chineses seguem rumo 脿 posi莽茫o de superpot锚ncia econ么mica e pol铆tica, em um mundo que ainda especula sobre como Pequim exercer谩 esse papel.
Na d茅cada de 90, a Guerra Fria deu lugar ao otimismo. Para muitos, ela seria seguida de um novo s茅culo marcado pela supremacia de um modelo pol铆tico-econ么mico espec铆fico: a democracia liberal. O dinheiro seguiria livremente pelas amplas estradas do capitalismo financeiro, promovendo competi莽茫o e prosperidade, enquanto as elites pol铆ticas seriam compostas por meio do voto popular. O movimento de estudantes por reformas democr谩ticas em 1989, em Pequim, sufocado com o que ficou conhecido como o massacre da Pra莽a da Paz Celestial, refor莽ou a equivocada impress茫o de que liberalismo econ么mico e democracia seriam as regras em uma era que chegou a ser chamada pelo americano Francis Fukuyama de "fim da hist贸ria". 脡 verdade que os valores democr谩ticos ganharam for莽a recentemente, com as seguidas rebeli玫es no mundo 谩rabe. Mas poucos vislumbram grandes mudan莽as pol铆ticas na ditadura chinesa num futuro pr贸ximo. Ou na R煤ssia, que adotou uma vers茫o de democracia no m铆nimo peculiar, constru铆da em torno do homem-forte e hoje primeiro-ministro do pa铆s, Vladimir Putin. Sobre o liberalismo econ么mico, sua vers茫o fundamentalista, que reinou por 30 anos, desmoronou em 2008. A ideia do Estado como importante ator econ么mico ganhou for莽a, e o fato de que a China manda cada vez mais nos rumos da economia global 茅 um atestado de qu茫o precipitada era a previs茫o de que a iniciativa privada dominaria o planeta. O capitalismo chin锚s, afinal, segue marcado por grandes empresas estatais e a autoridade do Partido Comunista.
Como muitos dos dividendos esperados pelo Ocidente, ap贸s o fim a longa guerra contra os sovi茅ticos, n茫o se confirmaram, 茅 poss铆vel argumentar que a avassaladora vit贸ria liberal foi tempor谩ria. Vinte anos depois do colapso sovi茅tico, a China parece ter mais condi莽玫es de cantar vit贸ria em um conflito no qual era apenas coadjuvante. Como mostram as reportagens de Silvia Salek publicadas aqui na 成人快手 Brasil, os chineses, queiram ou n茫o, j谩 se preparam para ocupar um posto de lideran莽a internacional ao lado dos Estados Unidos, amea莽ando, inclusive, a hegemonia americana em muitas 谩reas. O Brasil, cujos poder e influ锚ncia tamb茅m aumentaram significativamente nos 煤litmos anos, sabe que os chineses s茫o hoje praticamente t茫o importantes quanto os americanos nas rela莽玫es internacionais. Dilma Rousseff recebeu Barack Obama recentemente e estar谩 na China para a reuni茫o dos BRICs. Ap贸s poucos meses no Planalto, a presidente j谩 ter谩 dialogado diretamente com as duas maiores for莽as do mundo atual: aquela que riu sozinha por muitos anos e a que pode acabar rindo melhor.
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A hegemonia ocidental enfrenta sua mais perigosa amea莽a em toda Hist贸ria. A ascens茫o da China ir谩 sepultar a ordem cuja for莽a-motriz sempre - ou melhor, at茅 ent茫o - fora monop贸lio do Ocidente. Se os mais otimistas preferem receber a nova superpot锚ncia de bra莽os abertos em decorr锚ncia de seu peso econ么mico, para os mais cautelosos sobram raz玫es para se preocupar. Despeito da postura imperialista e n茫o muito cordial, os EUA s茫o de longe mais confi谩veis que as mentes obscuras por tr谩s do Partido Comunista Chin锚s. N茫o conhecemos com profundidade os verdadeiros interesses do antigo Imp茅rio do Meio. Portanto, caso ainda possamos contar com um m铆nimo de sensatez, n茫o devemos depositar qualquer cr茅dito em uma suposta doutrina chinesa com olhos para o exterior pautada pelo pacifismo. Na conjuntura que se ergue, um endossamento do apoio aos tradicionais protagonistas da geopol铆tica pode parece um caminho ao isolamento, no entanto, 茅 uma decis茫o prudente. O drag茫o ainda n茫o mostrou suas garras. Enquanto estiver manso, ele ir谩 saciar sua fome devorando os recursos do planeta.
Poder铆amos at茅 dizer que, na forma como fazem os mineiros ou jeito de ser amineirado, os chineses vieram correndo por fora, armando-se, preparando suas for莽as armadas, e adotando um capitalismo liberal concentrado e agressivo, especialmente contra as economias estrangeiras.
Os chineses sequer est茫o preocupados onde a "bomba" ir谩 estourar, ou se uma "bolha" especulativa ir谩 arruinar essa ou aquela economia. Eles fazem o que tem de fazer, sem perguntar ou pedir a algu茅m.
Enquanto destilam seu capitalismo internamente, produzindo avidamente bens de consumo, e causando verdadeira revolu莽茫o dom茅stica, a China se prepara, como bem disse o Editor, para emparelhar-se e mesmo assumir a lideran莽a econ么mica mundial, para depois assumir militarmente. Os chineses s贸 n茫o tem ainda, a capacidade militar norte-americana de estar em v谩rios pa铆ses ao mesmo tempo, influenciando e amea莽ando opositores. Mas, n茫o est谩 longe o tempo em que os chineses ter茫o condi莽玫es de estar militarmente em qualquer parte do mundo. Fala-se de certo incidente ocorrido nas 谩guas do oceano Pac铆fico, onde determinado submarino chin锚s submergira nas proximidades de um porta-avi玫es norte-americano, causando a maior confus茫o e deixando os ianques estupefatos, ante a n茫o localiza莽茫o dessa unidade naval chinesa, sem que suas medidas eletr么nicas e contra-eletr么nicas localizassem a belonave.
Portanto, correndo por fora, ou comendo pelas beiradas, de forma bem amineirada ou chinesa de ser, eles n茫o mandam avisos, somente quando o estrago est谩 feito 茅 que se pode perceber que os chineses estar茫o sempre por tr谩s do mesmo. Eles n茫o est茫o preocupados com ningu茅m, a n茫o ser em espalhar sua influ锚ncia e bugigangas mundo 脿 fora, de forma bem sutil e constante, sem alarde.
A pr贸xima "guerra fria" ocorrer谩 entre chineses e norte-americanos, pela hegemonia mundial: econ么mica e militar. Existem quest玫es ainda n茫o resolvidas para a China, como 茅 o caso de Taiwan, considerada uma prov铆ncia rebelde, e que vive sob prote莽茫o norte-americana. At茅 quando os chineses ir茫o tolerar tal rebeldia?
N茫o se pode subestimar os chineses. N茫o jogam para perder e n茫o se contentar茫o em ter que perder, se for o caso. O Brasil poder谩 tirar grandes vantagens econ么micas e dividendos, com a pr贸xima visita da presidente Dilma Rousseff 脿 China, para a reuni茫o com o bloco dos BRICs (Brasil, R煤ssia, 脥ndia e China), no qual somos o "primo pobre" desses gigantes nucleares e emergentes. Observemos o modo chin锚s de espalhar seus tent谩culos.
Deixaremos um dia de criticar os ianques e o lixo norte-americano, e estaremos reclamando e protestando contra o imperialismo chin锚s. Uma troca potencial e inevit谩vel.
Leio com frequencia essas 贸timas noticias referentes a Economia chinesa. No entanto moro em Curitiba e aqui s贸 vejo aumentando o n煤mero de chineses. Hoje a maioria das lanchonetes e de boa parte das lojinhas de 1,99 s茫o deles. Por que ser谩... Sempre h谩 algo que n茫o bate...
Na minha opini茫o os Estados Unidos far茫o de tudo para os chineses n茫o supera-lo e se torna a 1掳 economia mais rica da terra.
O estados unidos continuara na frente durante mt tempo ainda!.
att,
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