成人快手

Outro dia precisei tomar um t谩xi 脿s pressas. Estava chovendo, frio, era de manh茫 cedo. Entrei no carro meio estressada, achando que tinha esquecido a agenda e o celular, mas estava tudo na bolsa - respirei aliviada.

O motorista come莽ou a se desculpar: "Olha como estou todo sujo, me desculpe. A caixa d'谩gua de um amigo transbordou e ele pediu ajuda", explicou. "Se eu posso ajudar, ajudo."

Ele contou que foi 脿 casa do amigo, um taxista indiano, e que depois de resolver o problema ficou com as m茫os co莽ando: "Embaixo da caixa d'谩gua tinha um material estranho, fiquei assim, me co莽ando".

Perguntei se ele teria tempo de voltar para casa antes do pr贸ximo servi莽o. "N茫o". Sugeri que depois de me deixar ele parasse em um pub para lavar as m茫os - sei l谩, de repente, aquele material era t贸xico...

A铆 ouvi a pergunta obrigat贸ria: "De onde voc锚 茅?"

"Brasileira", respondi. E para evitar os clich锚s de sempre (futebol, praia, samba...), devolvi r谩pido "E voc锚?"

Ele era de Kosovo. A conversa mudou.

O motorista tinha lutado ao lado do Ex茅rcito para a Liberta莽茫o de Kosovo (ELK) contra a repress茫o do temido l铆der s茅rvio Slobodan Milosevic. N谩 茅poca, tinha vinte e poucos anos. Hoje tem 34.

Fui fazendo mil perguntas. N茫o, ele n茫o sofria de estresse p贸s-traum谩tico. N茫o tinha muitos pesadelos. Sim, tinha perdido seis pessoas da fam铆lia. Tinha visto coisas horr铆veis. Coisas horriveis, que ele n茫o queria nem lembrar.

Os s茅rvios tinham o terceiro maior ex茅rcito da Europa, por isso tinha demorado tanto para o mundo intervir - ele explicou.

Eu tinha lido coisas chocantes. Um relato pessoal de um homem que sobreviveu 脿 execu莽茫o de milhares de b贸snios mu莽ulmanos na cidade de Srebrenica, em 1995. "Ele foi salvo pelo corpo do pr贸prio sobrinho adolescente, que absorveu o impacto da bala e caiu sobre o tio", expliquei.

"N茫o me conte, por favor, n茫o posso ouvir essas hist贸rias, n茫o aguento", pediu.

Quando chegamos ao meu destino, expliquei que tinha um problema no olho e pedi que ele parasse bem pertinho da porta. O motorista deve ter dito uns cinco "Deus te aben莽oe" daquele momento at茅 eu sair do carro.

"Voc锚 tem troco para 20 libras?", perguntei. "Tenho. Eu tenho muito dinheiro". Comecei a rir. "脡 verdade, tenho um monte de dinheiro. E vai dar tudo certo, voc锚 vai ver. God bless you".

Sa铆 do carro de alma leve.

Ser谩 que, com essa depress茫o econ么mica, as pessoas v茫o redescobrir o valor do coletivo? O aconchego de uma causa, o alento de estarmos todos no mesmo barco?
Espero, muito, que sim.

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Ch谩, bolo e sandu铆che de pepino. Este foi o card谩pio de um piquenique incomum na 谩rea de embarque de um dos maiores aeroportos do mundo, o de Heathrow, em Londres, esta semana.

Os manifestantes reunidos ali, alguns fantasiados com roupas antigas (foto acima), protestavam de forma pac铆fica e bem-humorada contra a constru莽茫o de mais uma pista no aeroporto e pediam que os passageiros trocassem as viagens curtas de avi茫o pelos trens e barcos. Tudo em defesa do meio ambiente.

A campanha j谩 conseguiu a ades茫o de gente famosa. A atriz Emma Thompson, vencedora do Oscar, faz parte de um grupo de celebridades, pol铆ticos, cientistas e ativistas que decidiu tomar uma atitude para evitar a amplia莽茫o de Heathrow.

Eles compraram um terreno de 4 mil metros quadrados na 谩rea que seria usada para construir a terceira pista do aeroporto e agora pretendem revender pequenos lotes, sem lucro, para milhares de pessoas preocupadas com o aquecimento global ao redor do mundo. O objetivo 茅 dificultar ao m谩ximo a vida do governo na hora de expropriar as terras para a obra.

Os que s茫o pr贸-expans茫o dizem que ela 茅 fundamental para a gera莽茫o de empregos e investimentos e para a competitividade da economia brit芒nica no longo prazo.

Quem 茅 contra alega que a amplia莽茫o vai destruir uma vila inteira e aumentar os n铆veis de barulho na regi茫o, al茅m de gerar mais gases do efeito estufa.

A decis茫o sobre Heathrow deve sair na semana que vem. Mas se o governo der sinal verde para as obras, os manifestantes prometem deixar as x铆caras de ch谩 de lado e montar protestos, digamos, tradicionais.

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"Deus provavelmente n茫o existe. Agora, pare de se preocupar e aproveite a vida". Este 茅 o slogan de uma grande campanha, com an煤ncios em 么nibus e metr么s da capital brit芒nica, que pretende estimular os ateus a sa铆rem do arm谩rio.

A id茅ia come莽ou com um certo tom de brincadeira, quando a comediante Ariane Sherine (foto) sugeriu que um "么nibus ateu" circulasse pela cidade como contrapartida 脿s propagandas religiosas que condenavam os n茫o-crist茫os ao inferno.

Ela come莽ou a coletar doa莽玫es para a campanha com a meta de arrecadar 6 mil libras, o equivalente a R$ 20 mil. Nem ela acreditou quando, em menos de dois dias, a conta do banco j谩 registrava 87 mil libras.

A modesta campanha planejada para os 么nibus londrinos se transformou em um mega esfor莽o publicit谩rio de mais de 135 mil libras, com an煤ncios extras no metr么 - citando ateus famosos como a atriz Katharine Hepburn e a poetisa Emily Dickinson - e mensagens em telas eletr么nicas no centro da cidade.

Alguns te贸logos elogiaram a iniciativa dizendo que o slogan encoraja as pessoas a pensarem sobre a exist锚ncia de Deus e pode dar in铆cio a discuss玫es interessantes em torno das religi玫es, mas h谩 quem diga que a coisa boa dos ateus era justamente que eles n茫o tentavam convencer ningu茅m de sua n茫o-cren莽a.

Agora, eles teriam se igualado aos pregadores religiosos...

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